No próximo dia 08 de dezembro, iniciam-se as aulas do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular (EdpopSUS), em Ponte Nova. A qualificação também será realizada em Mariana (09/12), Governador Valadares (13/12) e em Coronel Fabriciano (20/12), totalizando 09 turmas com 25 docentes e 315 alunos.
Em Minas Gerais, a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) coordena a ação que é uma oferta da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP) do Ministério da Saúde, organizada e planejada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e tem o objetivo de fortalecer a práxis dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), com o referencial político-metodológico da Educação Popular em Saúde, potencializando o cuidado, a participação e a mobilização popular nos territórios.
Primeira etapa
No mês de novembro foram realizadas as Oficinas para Formação dos Educadores, no Centro de Formação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no bairro Gameleira, em Belo Horizonte e em Barra Longa (Zona da Mata), município que fica próximo ao distrito de Bento Rodrigues, local do rompimento da barragem de detritos de mineração no dia 05 de novembro de 2015, sendo considerada a maior tragédia e crime ambiental do Brasil.
De acordo com Silvia Rubinich Franco, coordenadora Núcleo de Redes de Atenção a Saúde da Escola (NRAS), Barra Longa foi escolhida para a formação dos educadores do EdPopSUS para que eles pudessem ver de perto a difícil realidade da população atingida pela lama. “Vendo a situação das pessoas e da cidade entende-se melhor as dificuldades que os profissionais das equipes de Atenção Básica enfrentam diariamente em seu trabalho. Essa etapa foi extremamente rica para o fortalecimento da metodologia que será utilizada durante o curso, que dialoga com os saberes e as práticas populares de saúde”, destaca.
Sentidos e expectativas
O público prioritário no EdPopSUS são Agentes Comunitários de Saúde, Agentes de Combate às Endemias, profissionais e lideranças comunitárias, com destaque para as comunidades assentadas, quilombolas e demais movimentos sociais.
Para Guilherme Salgado (Timóteo), educador popular, poeta e docente do EDPopSUS, o curso é importante em nesses tempos sombrios para conhecer a realidade do outro. “Criar espaços onde possamos nos fortalecer, tanto quanto ser humano quanto trabalhador, quanto operante de um sistema contra a injustiça social. Experimentar o outro e se fortalecer no outro, de alguma forma re-significar a nossa relação, entre nós, com o mundo, e com o que a gente tem chamado de país, ou de região”, disse.
Já Patrícia Juliana Rodrigues Costa (Cachoeira da Prata), coordenadora de Atenção Básica à Saúde, e também educadora do EDPopSUS citou as reflexões que ação educacional levanta. “O curso é excelente, é uma oportunidade única que estamos vivenciando. Ele vai nos ajudar a levar todas as reflexões, tudo que nos afetou, essas vivências e convivências para as pessoas, e também aprender a lidar com o coletivo, com o Agente Comunitário de Saúde (ACS) que está na base do SUS”, afirmou. A segunda etapa do EDPopSUS terá 17 encontros presenciais de 8 horas cada, que acontecerão entre dezembro desse ano e abril de 2017.
Autor: Sílvia Amâncio