Vacinas contra Covid-19 estão disponíveis para todas as doses

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Aproximadamente 37 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram enviadas para os 853 municípios mineiros, segundo dados do Vacinômetro da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). No momento, todos os municípios do estado têm vacinas suficientes para imunizar a população com as doses necessárias. “Pela primeira vez, desde o início da pandemia, temos vacinas sobrando”, reforça o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti.

Ainda assim, é grande o número de pessoas que ainda não voltaram aos postos de vacinação para receber a segunda dose e a dose de reforço. A SES-MG orienta a busca intensa para alcançar o público-alvo que ainda não tomou as devidas doses da vacina contra a covid-19, e faz campanhas publicitárias para esclarecer e engajar a população. Cerca de 1,4 milhão de pessoas que tomaram a primeira dose ou dose única não voltaram aos postos de vacinação. A dose de reforço foi ministrada em 2.400.119 pessoas, de acordo com dados do Vacinômetro.

Em relação à segurança das vacinas, Baccheretti ressalta: “A vacina faz parte da história de todo brasileiro, faz parte do SUS. E agora chega uma vacina nova e não se pode mudar o jeito de entender a importância da vacina. A forma de proteger o outro e se proteger é se vacinar. Não há risco em tomar a vacina, o risco maior é de adoecer, evoluir e ir a óbito”. O secretário faz um apelo aos cidadãos mineiros: “Quem não tomou a vacina, tome. É a única forma de vencermos”.

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A necessidade de completar o sistema vacinal também é destacada pela referência técnica em imunização da SRS-BH, Camila Freitas. “A segunda dose e dose de reforço além de aumentar a proteção contra a doença, ajuda a prolongar essa proteção. É de fundamental importância que o esquema vacinal esteja completo.” Nesse contexto, ressalta-se a forte proteção gerada pelas vacinas que compõem o Plano Nacional de Imunização (PNI).

Estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisou as quatro vacinas administradas no Brasil contra a covid-19, de janeiro a outubro de 2021, aponta que todas conferem grande redução do risco de infecção, internações e óbito. As informações disponibilizadas pelo projeto Vigivac da Fiocruz mostram que a proteção em casos graves (internação ou óbito) variou entre 83 e 99% para todos os imunizantes na população entre 20 e 80 anos, sendo que todas as vacinas apresentaram proteção acima de 85% contra risco de hospitalização e acima de 89% para evitar óbito na população acima de 60 anos. Foram analisados dados de 163.314.786 de pessoas com diferentes situações, de acordo com a figura abaixo.

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AstraZeneca
Os resultados da análise de efetividade para a população adulta até 59 anos mostraram alta proteção contra óbitos (99%), e para os outros desfechos, hospitalizações e infecções essa proteção variou entre 97 a 99% e 88% a 92%, respectivamente. Na população com 60 ou mais anos, pode-se observar uma queda na efetividade, sendo mais acentuada entre os maiores de 80 anos. Percebe-se que quanto maior a faixa etária menor é a proteção contra todos os desfechos. No grupo de pessoas entre 60 a 69 anos a proteção contra infecção foi de 89%, para 70 a 79 anos caiu para 84%, chegando a 82% nos indivíduos acima de 80 anos. Em relação às hospitalizações, os indivíduos entre 60 a 69 tiveram uma proteção de 96%, entre 70 a 79, 90% e para os idosos acima de 80 anos a proteção chegou a 87%. Ao analisar os óbitos, a queda na efetividade também acompanhou o aumento da faixa etária, sendo que os indivíduos acima de 80 anos tiveram uma proteção de 91%, um pouco menor do que as outras faixas entre 70 a 79 anos (93%) e 60 a 69 anos (97%).

CoronaVac
A análise de efetividade para a população adulta entre 18 e 59 anos evidenciou uma alta proteção em todas as faixas etárias estudadas. No entanto, a Coronavac apresentou uma maior variação e uma proteção levemente menor contra infecção em relação às outras vacinas. Para os desfechos de óbito e hospitalizações a proteção variou entre 89 a 95% e 85 a 91%, respectivamente. Para os eventos de infecção essa proteção oscilou entre 66 a 72%. Na população idosa (60 ou mais anos) observou-se uma queda importante na efetividade, que se acentua entre os maiores de 80 anos. Neste grupo, a proteção contra formas graves está em 64%, distante do limiar de 80% de proteção. Para este desfecho, conforme a faixa etária reduz, nota-se um aumento na efetividade das vacinas. Na faixa entre 70 a 79 e 60 a 69 anos a proteção foi de 77% e 81%, respectivamente. Para os eventos de infecção a proteção dos indivíduos entre 60 a 79 anos foi de 68%. Já nos indivíduos acima de 80 anos a efetividade observada foi de 61%.

Janssen
Na análise de efetividade para a população adulta até 59 anos que recebeu a vacina da Janssen foi encontrada proteção contra óbito entre 78 e 94%, contra hospitalização entre 88 e 91% e a proteção contra infecção foi de 68 a 73%.

Pfizer
A análise de efetividade para a população adulta até 59 anos que recebeu a vacina da Pfizer mostrou que em todas as faixas etárias estudadas a proteção manteve-se acima de 96% (Figura 4C). A proteção contra óbito e internação por covid-19 neste grupo foi de 99%. No entanto, com os dados disponíveis na data da obtenção da base de dados, não foi possível calcular com segurança a efetividade para os indivíduos acima de 60 anos em todos os desfechos. Apenas no grupo entre 60-69 anos foi possível calcular a proteção contra internação (98%) e infecção (96%), ligeiramente inferiores às obtidas no grupo mais jovem. Infelizmente não é possível saber, com nossos dados, se a queda da efetividade com a idade seguiria o padrão das demais vacinas, já que poucos indivíduos nessas faixas etárias receberam a vacina da Pfizer.

 

Autor: Leandro Heringer

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