Um cenário preocupante quanto à vacinação de bebês e crianças foi apontado pelo GAMOV (Grupo de Análise e Monitoramento da Vacinação) da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá. Mais de 50% dos 31 municípios da área de abrangência da GRS estão com baixa cobertura vacinal da Pfizer Baby, imunizante contra a covid-19 aplicado em crianças de 6 meses a 5 anos. A avaliação, divulgada em janeiro, aponta que apenas 85% do público alvo foi vacinado desde dezembro do ano passado, mês que iniciou a vacinação desta faixa etária. O ideal seria uma cobertura de 90%, de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde (MS).
Outro indicador alarmante foi percebido na faixa etária seguinte, de crianças de 5 a 11 anos: em 24 municípios, somente 60% do público alvo foi vacinado com a primeira dose, bem abaixo dos 90% recomendados pelo MS. Este público passou a ser contemplado pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 a partir de janeiro de 2022.
Segundo Wallan Mcdonald, referência técnica em Imunização da GRS Ubá, a resistência dos responsáveis por crianças em levar ou permitir a vacinação se deve a um conjunto de fatores, dentre os quais se destaca a falta de conhecimento da população, tanto em relação às vacinas, quanto à gravidade da doença. ”O Brasil registrou uma morte por dia de crianças de 6 meses a 5 anos entre 1° de janeiro e 11 de outubro de 2022, como publicado pela Fiocruz. Ou seja, é uma doença que matou 314 bebês e crianças no período”, enfatizou Wallan. Clique aqui para ler a publicação da Fiocruz: “Covid-19: Brasil registra uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos em 2022.
Para o especialista, ainda que não evolua para o óbito, a contaminação por covid-19 é especialmente arriscada, por que o paciente pode ficar entubado por longo período, além de adquirir sequelas que ainda estão sendo descobertas, muitas sem recuperação. “Em contrapartida, temos o imunizante que é produzido cumprindo fases rigorosas de fabricação, seguindo critérios da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e que em milhões de doses aplicadas no mundo inteiro, há registro apenas de efeitos idênticos a de outras vacinas, como falta de apetite, diarréia, vômito e dor de cabeça. Tudo de curso benigno e curto, sem evoluir para efeitos mais graves”, salientou Wallan.
Estratégia
Em São Sebastião da Vargem Alegre, a Secretaria de Saúde publicou depoimentos de mães que levaram seus filhos para vacinar contra covid-19, no intuito de motivar outros responsáveis a fazerem o mesmo. “Nos vídeos, mostramos relatos de mães sobre as reações da vacina que os filhos apresentaram, e todas contaram que foram reações leves, ou nenhuma. Todas reforçaram a importância da proteção que as vacinas conferem, e isso auxilia a sensibilizar outros pais e responsáveis sobre a importância de proteger as crianças contra a covid-19, e ajuda a desmentir a desinformação referente às vacinas”, contou Cleidiane Aparecida Simão dos Santos, técnica de enfermagem da Sala de Vacinas.
“Trouxe o meu filho para tomar as duas doses da vacina da covid, porque penso muito no bem estar e na saúde dele. Observei, e ele não ficou enjoado, não teve febre, sem nenhum tipo de reação depois da vacina. Agora, tenho segurança que ele vai estar protegido, e aconselho a todas as mães a vacinarem os seus filhos”, contou Mailza Aparecida Santos, mãe de Gustavo, de 11 meses.
Em dezembro de 2022, quando a Pfizer baby começou a ser aplicada em crianças de 6 meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias, sem comorbidades, a GRS Ubá distribuiu 1.500 doses para os 31 municípios de sua área de atuação. No dia 6 de fevereiro, mais 2.760 doses desse imunizante chegaram para serem distribuídas aos municípios da GRS Ubá.
Clique aqui e acesse o painel Vacinômetro para ter informações sobre a imunização dos mineiros contra a covid-19.
Autor: Keila lima