A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira, por meio da Coordenação de Vigilância Epidemiológica e em parceria com a Diretoria de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização (DVDTI) e a Coordenação dos Programas de Vigilância de Doenças Transmissíveis Agudas (CPVDTA) da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), promoveu, no dia 31/7, uma oficina de capacitação sobre vigilância de vírus respiratórios.
O evento foi realizado no Miniauditório da Funcesi, em Itabira, e contou com a participação de profissionais de saúde de diversos municípios da região. A capacitação foi conduzida pelas consultoras técnicas da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Michelle Elaine Siqueira Ferreira, da CPVDTA, e Maria Caroline Santos Maciel, da DVDTI.
Fortalecimento da vigilância
A capacitação teve como principal objetivo atualizar diretrizes técnicas e fortalecer as ações de vigilância dos vírus respiratórios, especialmente em um período sazonal de aumento de casos e óbitos por essas doenças em Minas Gerais. Pela manhã, os participantes discutiram temas relacionados à vigilância epidemiológica, com ênfase nos sistemas de notificação. No período da tarde, o foco foi a vigilância da COVID-19 em casos leves, abordando estratégias de controle, monitoramento e qualificação dos dados.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da GRS Itabira, Aline Graziele Fernandes Martins da Costa, o evento ocorre em um momento crítico. “Minas Gerais enfrenta um aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Esta oficina, realizada em parceria com a CPVDTA, é essencial para fortalecer a vigilância nos territórios da nossa regional”, destacou.

A consultora Maria Caroline Santos Maciel explicou que o foco da atividade foi aprimorar a detecção precoce de casos e surtos de síndromes gripais e SRAG, além de qualificar a notificação nos sistemas oficiais, como o e-SUS Notifica e o Sivep-Gripe. “Trabalhamos também a capacitação de profissionais da atenção primária e da vigilância em saúde, com orientações sobre a coleta, armazenamento e envio adequado de amostras para a Fundação Ezequiel Dias (Funed)”, ressaltou.
Já a consultora Michelle Elaine Siqueira Ferreira alertou sobre a importância da notificação da COVID-19 leve, frequentemente subnotificada. “Ainda que muitos casos não demandem hospitalização, a doença continua sendo de notificação obrigatória. A subnotificação compromete a qualidade da vigilância, gerando falhas como múltiplos registros para o mesmo paciente e fichas incompletas ou sem encerramento”, explicou.
Durante a oficina, foi disponibilizado um formulário para levantamento de desafios locais e sugestões de melhoria nos fluxos e processos de vigilância da COVID-19, abrangendo casos leves, graves e críticos.
Alinhamento às diretrizes estaduais e nacionais
A equipe técnica da GRS Itabira reforçou que a oficina integra um conjunto de ações contínuas de qualificação regional, voltadas ao alinhamento com as diretrizes estaduais e nacionais de vigilância em saúde pública. A iniciativa também busca fortalecer a rede de saúde local, promovendo respostas mais eficientes frente às ameaças emergentes, como os vírus respiratórios.
Texto e fotos por Flávio A. R. Samuel