O movimento internacional Outubro Rosa, que busca conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e sobre o acesso ao tratamento em todo o mundo, mobilizou todas as regiões mineiras. O mamógrafo móvel, disponibilizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), realizou 850 mamografias em 12 municípios durante todo o mês de outubro. O caminhão circulou pelas cidades de Belo Horizonte (50), Santa Luzia (25), Ribeirão das Neves (50), Governador Valadares (100), Teófilo Otoni (75), Montes Claros (50), Patos de Minas (100), Uberlândia (100), Uberaba (100), Divinópolis (50), Varginha (50) e Juiz de Fora (100).
Ainda no último mês, a SES anunciou um conjunto de ações que até 2014 vão impactar na redução da mortalidade em mulheres de 45 a 69 anos. Trata-se de um estímulo a mamografias por rastreamento, aumentando o acesso das mulheres mineiras ao exame de mamografia. Esses exames são realizados em mulheres acima de 45 anos sem sintomas aparentes e que fazem a mamografia por prevenção. Dados parciais do Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer da SES apontam que em 2007, a mortalidade por 100 mil mulheres foi de 981. Já em 2008, o número de óbitos passou para 1.076 e, em 2009, para 1.071.
De acordo com o coordenador estadual do Programa Viva Mulher, Sérgio Bicalho, a importância deste rastreamento é que ele será feito de forma organizada e na quantidade necessária. “Um dos principais motivos do incentivo à campanha e ao rastreamento é justamente o financiamento ilimitado para o exame. O momento é único para se realizar o rastreamento e como sabemos, a única forma de se prevenir o câncer é através da mamografia”, falou.
Em Minas Gerais, 196.020 mulheres realizaram a mamografia na faixa etária de 45 a 69 anos, de janeiro a setembro deste ano. Em todo o ano passado, 341.622 mulheres fizeram o exame. “Para 2011, os números estão dentro do esperado, uma vez que nos últimos meses do ano, a procura pelo exame aumenta”, destacou o coordenador.
Rastreamento
As ações serão implantadas de forma gradativa. Na primeira etapa, até 2012, será feita a otimização do uso da rede de mamógrafos no Estado (instalados nos 24 Centros Viva Vida de Referência Secundária (CVVRS) e em outros 260 locais credenciados). Para isso, serão instalados nos Centros Viva Vida o serviço de emissão de laudos de mamografia a distância. Nessa etapa, serão envolvidas, além dos Centros, as Unidades Básicas de Saúde.
A segunda etapa do projeto, que já começou e vai até 2013, busca ampliar a oferta dos procedimentos de confirmação diagnóstica do câncer de mama e que são complementares à mamografia. São eles: a ultrassonografia mamária, as punções (aspirativas com agulha fina ou com a Core Biopsy). Esse processo vai começar a envolver os hospitais de referência, que são o foco da terceira etapa, que começa em 2012 e estima-se ser concluída em 2014. Serão investidos 12 milhões/ano.
Esse projeto é um recorte do Programa Viva Vida, que, além da meta de redução da mortalidade infantil e materna em Minas Gerais, trabalha pela saúde integral das mulheres de Minas. “A nossa novidade é permitir o acesso imediato ao agendamento do exame sem a necessidade de marcar uma consulta prévia com um médico. E aquelas pacientes que tiverem o resultado alterado já terão garantido o agendamento para os exames subseqüentes”, lembrou Sérgio.
Incidência
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
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Autor: Débora Ozório/ SECOM