Muriaé reverte baixa cobertura vacinal em menores de dois anos com estratégia de acompanhamento mensal

Foto: município de Muriaé

O município de Muriaé conseguiu reverter a baixa cobertura vacinal em crianças menores de dois anos, implementando uma estratégia de acompanhamento mensal dos Cartões Espelho e busca ativa. Em um período de nove meses, o método proporcionou a cobertura de 92,6% do público-alvo com todos imunizantes do calendário de imunização do Ministério da Saúde (MS), sendo que a cobertura anterior estava em apenas 43,24%. Dessa forma, Muriaé, município da área de abrangência da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, garantiu a proteção para essa população contra doenças como poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola e  Hepatite A (clique aqui e confira o Calendário Nacional de Vacinação).

Thaís Jabor, Coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Muriaé, explica que o monitoramento da cobertura vacinal é um trabalho exaustivo, porém, com excelente resultado. “Temos 100% da nossa população cadastrada nas Unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF). Consequentemente, todas as nossas crianças estão registradas nos sistemas de informação do SUS, o que nos possibilitou trabalhar na ampliação da cobertura vacinal”, informou Thaís. A técnica consiste em identificar as pessoas que estão com pendências na situação vacinal por meio da verificação dos Cartões Espelho, e realizar busca ativa de usuários faltosos. “Todo início de mês, as equipes das unidades de ESF me encaminham os Cartões Espelho, que são analisados um a um e retornam com orientações a serem cumpridas para que todas as crianças de 0 a 2 anos estejam em dia com a imunização”, detalhou. 

Esse acompanhamento mensal, com desdobramento em ações realizadas pelas equipes de saúde, revelou áreas mais vulneráveis que necessitavam de maior atenção e de inovações. “Para atender a um público que tem dificuldade de comparecer às unidades no horário comercial, nós criamos horários alternativos e passamos a abrir três unidades em um sábado por mês, sempre em pontos que facilitem o acesso dos moradores de áreas mais distantes e rurais”, explicou Thaís, que também relatou ações em praças e outros locais públicos para promover educação em saúde junto à comunidade e também vacinar a população.

 

Muriaé atinge meta de vacinação contra poliomielite

Durante 78 dias, mais de 853 mil crianças com idade entre 1 e 4 anos foram imunizadas contra a poliomielite em Minas Gerais, totalizando 81,64% do público estimado. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite foi iniciada em 8 de agosto e, por não atingir a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 95%, foi prorrogada até a segunda-feira (24/10). Porém, a realidade de Muriaé destoou da conferida em nível estadual. “Por conta dessa estratégia, já implantada e em pleno funcionamento, conseguimos alcançar a meta de 95% de cobertura antes da campanha acabar. Na prorrogação, inclusive, ultrapassamos o preconizado pelo MS e podemos ver como as equipes estão sincronizadas e motivadas a manter nossas crianças protegidas e saudáveis”, explicou Thaís. 

Todo este trabalho foi acompanhado pela Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, promovendo capacitações para os profissionais envolvidos com a vacinação sobre o controle e prevenção de doenças imunopreveníveis, bem como esclarecendo dúvidas sobre a importância da imunização infantil e da administração segura de vacinas. “Muriaé seguiu o direcionamento do manual do MS, ‘Dez passos para ampliação das coberturas vacinais na Atenção Primária à Saúde’, e conseguiu, com muito empenho e profissionalismo, reverter um quadro de baixa cobertura para um cenário favorável e, importante dizer, foi em pouco tempo”, disse Wallan Mcdonald, Referência Técnica de Imunização da GRS Ubá.

Cenário da vacinação em Muriaé

Ressaltando a tendência demonstrada no gráfico de uma curva ascendente, Wallan prevê que em breve o município deve ultrapassar os 95% de cobertura do público de 0 a 2 anos com todas as vacinas, que é o índice preconizado pelo MS. “É um bom exemplo para muitos municípios da GRS Ubá, que se encontram com esta dificuldade, pois garantir a proteção das crianças contra doenças imunopreviníveis é uma das prioridades do SUS”, finalizou.

Autor: Keila lima

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