A Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Saúde do Trabalhador (NUVEAST), realizou nesta quinta-feira, 26/09, no auditório do Centro Educacional Católica do Leste de Minas Gerais (CEC-MG), em Timóteo, uma capacitação sobre Manejo Clínico e Investigação do Sarampo para médicos e enfermeiros da Atenção Primária e da rede hospitalar dos 35 municípios que compõe as microrregiões de saúde de Caratinga, Ipatinga e Coronel Fabriciano/Timóteo.
De acordo com a referência técnica da Regional de Saúde, Aline Eliane Santos, o objetivo do encontro foi capacitar os profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, para a detecção precoce de casos suspeitos de sarampo e a investigação adequada, em tempo oportuno. “Para a operacionalização das ações de prevenção e controle do sarampo é necessário sobretudo a suspeição e notificação imediata, com realização do bloqueio vacinal e interrupção da cadeia de transmissão da doença”, destacou Aline.
Já a médica infectologista Mariana Vasconcelos Costa Araújo, do Hospital Márcio Cunha (HMC), realizou uma apresentação acerca do manejo clínico do sarampo, apontando as características da doença e sua transmissão, sintomas que a antecedem, bem como sua duração, período de remissão e complicação.
“O sarampo é uma doença infecciosa grave, provocada por um vírus, transmitida pela fala, tosse e espirro, e muito contagiosa, podendo ser contraída por pessoas de qualquer idade. Tem características como febre, inflamação das mucosas do aparelho respiratório, erupção maculopapular generalizada (exantema) seguida por descamação da pele. O sarampo pode evoluir com complicações graves, incluindo encefalite, pneumonia e morte, principalmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade. Lembrando que a única forma de prevenção é a vacina oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, informou Mariana.
Durante a capacitação, a referência técnica da Regional de Saúde, Aline Eliane Santos, orientou os profissionais de saúde sobre a notificação imediata, a utilização do roteiro de investigação, a coleta de amostras clínicas para análise laboratorial e a realização do bloqueio vacinal seletivo. Ainda, foram orientados sobre a Nota Técnica Conjunta SES-MG 01/2019 e fluxo para atendimento de casos suspeitos de sarampo nas unidades de saúde e nos hospitais.
“Doze Zero” contra o Sarampo
O vírus do Sarampo ainda circula em grande quantidade em várias regiões da Europa e da América. Devido as migrações e as viagens internacionais, o vírus foi importado e voltou a circular no Brasil, e encontrou uma baixa imunização na população brasileira, que vem decaindo nos últimos anos, contribuindo para a volta da circulação do vírus. Tendo isso em vista, o Ministério da Saúde disponibilizou a doze zero, para crianças entre 06 a 11 meses, que são mais vulneráveis aos casos graves e óbitos causados pelo sarampo.
A chamada ‘dose zero’, que é a vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba) disponibilizada a crianças de 6 meses a 11 meses de idade, não é considerada válida para o Calendário Nacional de Vacinação, havendo a necessidade da criança receber a vacina aos 12 meses e aos 15 meses de idade. A ‘dose zero’ não substitui as doses programadas pelo calendário nacional de vacinação da criança.
Autor: Flávio Samuel