Regional de saúde de Ponte Nova promove encontro de Saúde Mental

Foto de Tarsis Murad

A Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova promoveu, dia 20/12, o encontro “Cuidado e Liberdade: é possível? – Qualificando os espaços de trabalho dos CAPS”.  O evento reuniu equipes técnicas de todos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) das microrregiões de Saúde de Ponte Nova e Viçosa, num total de 10 unidades: CAPS II de Ponte Nova, CAPS I de Alvinópolis, CAPS I de Rio Casca, CAPS I de Raul Soares (em processo de habilitação), CAPS II, CAPS AD e CAPSi de Viçosa, CAPS I de Porto Firme, CAPS I de Pedra do Anta e CAPS I de São Miguel do Anta.

“Precisamos fortalecer e redesenhar a rede de saúde mental pós-pandemia de covid-19, lembrando que tudo começa e termina dentro da Atenção Primária à Saúde. Também ressalto a importância de se trabalhar com amor e acolhimento, uma vez que lidamos com pacientes tão sofridos e estigmatizados”, afirmou a superintendente regional Josy Duarte.   

A referência técnica em Saúde Mental da CAS, Karen Ségala, mencionou ser a primeira vez que foi concebida uma reunião unicamente com os CAPS, destinada a falar de processos de trabalho e da prática em si. 

“Estarmos aqui reunidos é uma resposta à demanda dos serviços por qualificação e um momento de troca de experiências com foco nos instrumentos operativos, a fim de realizar a função dos CAPS como serviços substitutivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) em Minas Gerais”, pontuou Karen. 

A referência técnica ainda mencionou que a rede assistencial regional necessita, além de abrir serviços novos, qualificar os processos de trabalho e a integração dos serviços já existentes. 

“Existem vazios importantes a serem sanados e, para tentar suprir estas lacunas, já foi pactuado o Plano de Ação Regional da RAPS em setembro de 2022, que valerá para os próximos quatro anos. É importante que os profissionais apoiem o processo de execução e cumprimento das ações por parte dos gestores”, disse Karen. 

Participação 

Para enriquecer o encontro, a CAS convidou à equipe do CAPS I de Itabirito, para compartilhar experiências da unidade. A coordenadora técnica Silvana Medanha ressaltou a necessidade de a gestão municipal prover condições para que os CAPS funcionem em rede com os outros pontos de atenção, como a Secretaria Municipal de Saúde, as Unidades Básicas de Saúde e os leitos de retaguarda em Hospital Geral. 

“Destaco a importância de uma equipe completa que trabalhe de acordo com os preceitos da Reforma Psiquiátrica e da luta antimanicomial. O processo de cuidado do usuário deve ser feito dentro do CAPS, sendo realizado o encaminhamento para internações somente em último caso. Do contrário, estaremos construindo mini manicômios dentro dos hospitais”, frisou Silvana. 

Já a assistente social Carmem Macedo falou sobre a composição da equipe local, que é robusta, coesa e integrativa. “Fazem parte de nossos processos de trabalho a supervisão clínica dos casos, a reunião diária da equipe, o matriciamento, o acolhimento, as assembleias dos usuários e o trabalho com as famílias, sendo tudo realizado por uma equipe multiprofissional e não apenas centrado no saber médico”, explicou Carmem. 

Por fim, a enfermeira Patrícia Lage falou sobre a importância da equipe de enfermagem no CAPS, principalmente para o acompanhamento dos pacientes na internação, a articulação com os outros pontos de atenção e o atendimento às crises de forma humanizada. 

Na última parte da reunião, os participantes puderam tirar suas dúvidas junto às profissionais convidadas, além de trazerem suas próprias realidades para o debate.  

 

 

Autor: Tarsis Murad

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