No dia 15 de junho, foi realizada em Visconde do Rio Branco uma capacitação sobre identificação e tratamento das vítimas de acidentes com animais peçonhentos e foram atualizadas as informações dos últimos protocolos do Ministério da Saúde. A iniciativa da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá contemplou profissionais de urgência e emergência do Hospital São João Batista, as referências técnicas da Atenção Primária à Saúde (APS) e da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A ação possibilitou a análise local da situação sanitária e o aprimoramento no diagnóstico e tratamento de acidentes, de acordo com protocolos e notas técnicas atuais. “Somando as microrregiões de Ubá e Muriaé, registramos 1.790 ocorrências entre os anos de 2020 a 2022, em sua maioria envolvendo escorpiões. Então, temos como prática essa revisão do manejo clínico para que as vítimas recebam o tratamento adequado, evoluindo bem e sem sequelas”, relatou Wallan MacDonald, referência técnica em acidentes por animais peçonhentos da Unidade Regional de Saúde (URS) de Ubá.
Assim como em outros estados, há a prevalência na região de acidentes com escorpiões do gênero Tityus serrulatus (mais conhecido como escorpião amarelo) com crianças menores de cinco anos, que compõem um grupo de atenção especial. “A agilidade no atendimento das vítimas de acidentes com escorpiões, no prazo de até uma hora e meia, é primordial para uma boa recuperação, especialmente para evitar que as crianças evoluam para situações graves de saúde. Neste sentido, os serviços municipais de saúde precisam estar bem organizados, pois a morosidade no manejo pode ocasionar problemas cardiocirculatórios e pulmonares, e inclusive evoluir para óbitos, tudo isso evitável se o atendimento seguir os protocolos corretamente”, destacou Wallan.
A participação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde e Vigilância em Saúde na capacitação visou aumentar a sinergia com os hospitais, alinhando o fluxo para garantir o atendimento rápido e efetivo. “Além disso, as unidades básicas de saúde realizam a conscientização para prevenção de acidentes. O trabalho em conjunto complementa a atuação de cada setor”, disse Wallan.
Como prevenir acidentes com animais peçonhentos:
– Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário, use um pedaço de madeira, enxada ou foice;
– Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estes estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção;
– Inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, pano de chão e tapetes, antes de usá-los. Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações;
– Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) em locais ou situações de risco;
– Olhar com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer.
O que fazer em caso de acidente com animais peçonhentos:
– Procure atendimento médico imediatamente na unidade de saúde mais próxima;
– Mantenha o acidentado em repouso, deitado e com o membro acometido elevado em relação ao resto do corpo enquanto aguarda por socorro. A vítima deve evitar correr ou se locomover por meios próprios;
– Caso seja possível, e não atrase a ida do acidentado à Unidade Básica de Saúde (UBS), lave o local do acidente apenas com água e sabão;Não tente sugar o local com a boca para extrair o veneno ou amarrar o membro acidentado;
– Não aplique algum tipo de substância (como álcool, pó de café, ervas, terra, querosene ou urina) no local da ferida. Tais procedimentos não têm efeito sobre o veneno e só aumentam o risco de infecções;
– Procure atentar para a cor e o tamanho do animal causador, pois suas características podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento do agravo.
Tratamento
A GRS Ubá possui 11 pólos estratégicos para atendimento de pessoas vítimas de animais peçonhentos. Além de evitar o desabastecimento de soro nas microrregiões de saúde, a definição dos polos levou em consideração informações epidemiológicas e geográficas. Com isso, além do Hospital São João Batista de Visconde do Rio Branco, outras 10 unidades de soroterapia de referência na região disponibilizam o tratamento sorológico, sendo eles: Hospital Santa Isabel (Ubá), Hospital São Paulo (Muriaé), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Muriaé, Hospital Jorge Caetano de Matos (Ervália), Hospital São Vicente de Paulo (Mercês), Hospital de Piraúba, Hospital Municipal Santo Antônio (Presidente Bernardes), Hospital São Vicente de Paulo (Rio Pomba), Hospital São João de Deus (Senador Firmino) e a Rede de Frio da GRS Ubá.
Autor: Keila Lima