Secretário reforça ampliação da assistência para o enfrentamento da pandemia

Crédito: Gil Leonardi

Durante coletiva virtual realizada nesta terça-feira (23/6), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, juntamente com o secretário adjunto da SES-MG, Marcelo Cabral, reforçou as ações realizadas pelo Governo de Minas para o enfrentamento da pandemia e melhora na assistência à população.

Segundo Amaral, desde o início da pandemia são realizados estudos assistenciais para o enfrentamento à covid-19 e ampliação dos atendimentos à população. “Em fevereiro, tínhamos em torno de dois mil leitos de terapia intensiva em todo o estado. Desde então, o Governo de Minas já ampliou em mais de 1.000 leitos, o que representa uma expansão de 50% da rede de assistência de terapia intensiva”, disse.

Além disso, o secretário aponta que, mesmo neste momento onde é identificado um aumento de casos, o Governo de Minas ainda tem capacidade de recrutar mais leitos na rede instalada no Estado. “O plano do governo é tentar recrutar ao máximo o número de leitos de terapia intensiva e enfermaria, principalmente em Belo Horizonte e região Central. Inclusive, 200 leitos já estão planejados para o hospital Galba Veloso, da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). Neste momento, vamos continuar recrutando leitos dentro da rede e, com isso, deixar um legado de melhoria da saúde após a pandemia”, aponta.

Em complementação, o secretário apontou que, o que vai permitir que esses leitos sejam capazes de levar atenção à saúde de qualidade para aspessoas, serão as atitudes da população em compreender que o isolamento e o distanciamento social são as únicas formas de evitar um pico de transmissão da doença, conforme as projeções. “Se fizermos o isolamento agora, nós conseguiremos reduzir a transmissão nos próximos 14 dias a 21 dias e, com isso, evitamos o pico da doença no Estado”, complementa.

Em relação ao Hospital Campanha, o secretário reforçou que a estrutura foi planejada e dimensionada para ser uma unidade de baixa complexidade e acionada em momentos avançados da epidemia. “Nesse momento, onde identificamos um aumento de casos, ainda temos a capacidade de recrutar leitos da rede instalada no Estado. Como o Hospital de Campanha é uma reserva técnica, entendemos que, ainda, não é o momento de abertura da unidade”, disse.

Lockdown

Ao abordar sobre a instituição de ações de maior intensidade de restrição de circulação de pessoas e de funcionamento de atividades, como um lockdown, o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, reforçou que a imposição da medida poderá ser realizada em regiões específicas, em caso de indicadores de descontrole da doença.

“Estamos há cerca de um mês conversando com prefeitos e secretários tentando auxiliá-los. Os protocolos para a eventualidade de lockdown já foram delineados e, agora, passam por ajustes. Eventualmente as cidades que precisarão de um lockdown serão aquelas que tiverem indicadores que demonstrema necessidade dessa medida. Destaco a importância da adesão ao plano Minas Consciente, de forma que as medidas de isolamento sejam coordenadas e possam seguir um padrão de conduta. Devemos lembrar que lockdown é alternativa, não algo desejado. O isolamento adequado, dentro de parâmetros como os previstos no Minas Consciente, evita essa medida”, avalia.

Ao ser questionado sobre a postura de alguns prefeitos em adotar medidas mais rígidas, em comparação às recomendadas pelo Minas Consciente, Cabral afirmou que essa atitude demonstra a autonomia desses gestores em assumir suas responsabilidades e seus esforços com relação ao enfrentamento da pandemia. “Quando vemos um prefeito que deixa o Minas Consciente para adotar medidas mais rígidas, é sinal que esse gestor percebeu que era necessário adotar esse tipo de ação para manutenção da vida de seus munícipes e adoção de responsabilidade, enquanto gestor da saúde, para o enfrentamento da pandemia em seu município”, disse.

Respiradores

Em relação a entrega de respiradores em Minas, Marcelo Cabral informou que a SES-MG tem dialogado com municípios, por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB/SUS) — um fórum de discussão e deliberação no âmbito do Sistema Único de Saúde — a melhor forma para realizar a distribuição desses respiradores da maneira mais objetiva, transparente e fundamentada em evidências científicas e técnicas.

“O propósito é que, a partir destas deliberações, façamos as distribuições desses respiradores, procurando seguir critérios científicos e técnicos, dialogados e deliberados juntos com esses municípios, por meio da CIB/SUS. Além disso, por meio da discussão constante que temos tido com prefeitos e gestores municipais, a partir dos planos de contingenciamento macrorregionais, que também são uma referência para possamos decidir e fazer essas distribuições”, explicou.

Até o momento, o Governo de Minas já adquiriu 1.047 respiradores. Deste total, 500 já foram entregues no dia 16/6. Do montante entregue, 420 foram adquiridos com recursos da Ação Civil Pública movida contra a Samarco e suas controladoras (Vale e BHP), a título de garantia do rompimento da barragem da mineradora em 2015, em Mariana. Os 80 respiradores restantes foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

Boletim epidemiológico

Até o momento, foram confirmadas 29.897 pessoas infectadas. Estão em acompanhamento 11.882 pacientes e outros 17.295 estão recuperados. Minas Gerais contabiliza 720 óbitos em decorrência da doença. Tendo em vista esse cenário, o secretário mencionou orientações para atenção primária à saúde, realizada pelos municípios em nível ambulatorial. “Todas as medidas que são possíveis, estamos tentando tomar nesta pandemia.  O trabalho é intenso, a pandemia trouxe uma alteração ao nosso dia a dia, tanto dos gestores, quanto da população. Essas medidas têm demonstrado que, até o momento, efetivamente, têm trazido benefícios para os mineiros”, disse o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Autor: Míria César

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