SES realiza reunião sobre variantes da covid-19 com representantes da macrorregião Centro-Sul

Crédito: Priscila Rezende

Na terça-feira (1/6) a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou reunião virtual para abordar as variantes do novo coronavírus para gestores, unidades regionais de Saúde de Barbacena e São João del Rei, e membros do Comitê Covid-19 da macrorregião Centro-Sul. Na ocasião, a biomédica, virologista e coordenadora estadual de Laboratórios e Pesquisa em Vigilância da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS) da SES-MG, Jaqueline Silva de Oliveira, fez uma apresentação técnica sobre as variantes do novo coronavírus.

“A Jaqueline tem papel muito importante na SES, fazendo esses estudos do papel genômico do novo coronavírus, e é importante, para a gente, ouvir esse saber”, afirmou a gerente regional de Saúde de São João del-Rei, Edwalda Assumpção. Também na ocasião, a superintendente regional de Saúde de Barbacena, Hérica Vieira, agradeceu à palestrante sobre a oportunidade de adquirir mais informações e esclarecimentos, e sobre a reunião destacou: “É muito importante que a gente consiga o entendimento de todos os gestores e técnicos dos municípios sobre o cenário que estamos vivendo e poder buscar soluções para contenção da covid-19”, pontuou.

 “Com o avanço da pandemia, as variantes começaram a ganhar notoriedade e iniciamos o monitoramento delas com a finalidade de vigilância. Sabemos que nos territórios, muitas vezes, é difícil entender sobre essas variantes, seus riscos, consequências, formas de se evitar a propagação. As variantes são vírus diferentes do original e trazem características que as distinguem”, explicou Jaqueline. Ainda de acordo com ela, as quatro variantes mais preocupantes no mundo, atualmente, são: a variante do Reino Unido, da África do Sul (ainda não detectada em Minas Gerais), de Manaus (preocupante por sua rápida propagação), e a que surgiu na Índia (também associada à uma maior transmissibilidade). No território brasileiro, o monitoramento é realizado pela Rede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “O cenário atual sobre as variantes é o mesmo para todas as regiões do país”, afirmou Jaqueline. Em Minas, o trabalho e estudos nesse sentido são realizados pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED), em parceria com a SES-MG.

Ainda na oportunidade, a biomédica também enfatizou a importância do cumprimento dos protocolos de cuidados e prevenção que sempre devem ser utilizados independente da variação do vírus. Além de maior aprofundamento do tema, os participantes também puderam esclarecer dúvidas.

Vigilância Genômica

De acordo com o plano de vigilância genômica do vírus SARS-CoV-2 do Ministério da Saúde (MS), a vigilância genômica de doenças de interesse em saúde pública tem como finalidade apoiar a detecção e a investigação de surtos, o monitoramento da resistência antimicrobiana e a detecção de novos agentes patogênicos. No caso de detecção de novas variantes, é importante a intensificação das ações de monitoramento de casos e contatos visando conter a transmissão, bem como apoiar no conhecimento da dinâmica da doença.

Mesmo que a maioria das mutações emergentes não tenha impacto significativo na disseminação do vírus, algumas mutações ou combinações de mutações podem fornecer ao vírus uma vantagem seletiva, como maior transmissibilidade ou capacidade de evadir a resposta imune do hospedeiro. Essas ‘variantes de atenção’ são consideradas preocupantes devido às mutações que podem conduzir ao aumento da transmissibilidade e ao agravamento da situação epidemiológica nas áreas onde forem identificadas.

Dessa forma, a vigilância de síndromes respiratórias, com especial atenção para a vigilância genômica, é importante para a saúde pública no enfrentamento da covid-19.

Autor: Priscila Rezende

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