A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Unidade, realizou capacitação em leishmaniose tegumentar nos dias 21 e 22 de junho, por videoconferência, e teve como principal foco o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno da doença.
A referência regional da Leishmaniose Tegumentar Americana, Maryana Prates Rodrigues, iniciou explicando o que é a doença, como ela é transmitida e as formas clínicas que ela pode apresentar. “É uma doença infecciosa, zoonótica, ou seja, transmitida entre animais e pessoas e vice-versa. Ela não é contagiosa e as suas formas clínicas variam de acordo com a espécie da Leishmania envolvida e a imunidade do paciente”, explicou.
Segundo Maryana, a Leishmaniose Tegumentar (LT) é considerada um problema de saúde pública em 88 países, entre eles o Brasil, que registra em média 20 mil casos novos por ano. Minas Gerais ocupou, em 2019, o terceiro lugar, em casos confirmados da doença no país. “Existe um programa de Vigilância da LT, em Minas Gerais que segue as orientações do Ministério da Saúde e objetiva reduzir a morbidade, as deformidades e os óbitos em pacientes com a doença”, enfatizou.
Em seguida, o agente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Bartolomeu Lopes, apresentou as ações de controle da Leishmaniose Tegumentar Americana desenvolvidas no município de Montes Claros. O agente reforçou a importância das medidas preventivas individuais e coletivas para controlar a proliferação do mosquito transmissor da doença.
Lopes apresentou as estratégias de controle do vetor que são o manejo ambiental e o controle químico por meio da borrifação. Segundo ele, uma das vantagens do primeiro método é a mão de obra barata e a capacidade mínima de execução. “De imediato, o agente consegue organizar a equipe e limpar o local. O grande desafio é fazer com que a população mude certos hábitos e mantenha esses locais limpos”, pontua.
Ele ressaltou a importância da identificação do local onde possivelmente ocorreu a infecção para que seja realizada investigação mais qualitativa, com mapeamento de casos e fechamento do caso suspeito de LT.
O evento também contou com a participação do coordenador do laboratório macrorregional, Bruno Oliveira, que falou dos exames disponíveis na rede pública para diagnosticar a Leishmaniose Tegumentar (LT), da médica efetiva da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Olívia Helena Veiga Rafael, que falou sobre a doença e os tratamentos disponíveis e também da médica efetiva do município de Teófilo Otoni, Marcela Tavares Caldas Eller, que apresentou o fluxo de atendimento na secretaria municipal de Saúde do município e os resultados alcançados com o tratamento intralesional (dentro da lesão) nos pacientes diagnosticados com a doença.
Foram dois dias de capacitação direcionados para médicos, enfermeiros, bioquímicos e coordenadores de endemias dos 32 municípios pertencentes à área de abrangência da Unidade Regional de Teófilo Otoni. “Esse encontro objetivou reforçar a capacidade assistencial local de forma a torná-la mais resolutiva e consequente melhoria das condições de saúde nos municípios, além de incentivá-los à adoção dos novos métodos de tratamentos da doença”, finalizou Maryana Prates Rodrigues.
Autor: Déborah Ramos Goecking