A coqueluche é uma doença bacteriana, transmissível, que pode atacar crianças, jovens e adultos. A bactéria acomete, especificamente, o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por crises de tosse súbita e incontrolável. As principais formas de prevenção se dão através da vacinação, higienização corporal e evitando o contato com pessoas doentes.
De acordo com a coordenadora de doenças e agravos transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), Regina Coeli Magalhães Rodrigues, a patologia se manifesta em três fases sucessivas. “Na primeira, a doença se inicia com sintomas respiratórios leves (febre baixa, mal-estar, coriza e tosse seca). Essa fase dura de uma a duas semanas, podendo ser confundida com outras doenças respiratórias como a gripe e bronquite. Na segunda, começam a aparecer os episódios de crises de tosse súbita e incontrolável, rápidas e curtas (cerca de cinco a dez tossidas em uma única expiração). Durante esses acessos de tosse, o paciente não consegue inspirar. Outra característica são as inspirações profundas seguida de ruído nos pulmões. Por fim, na terceira fase, a tosse com ruído desaparece, dando lugar aos episódios de tosse comum”, explica.
O diagnóstico é feito por meio da coleta de material da nasofaringe (parte nasal da faringe) e de exames complementares como o hemograma e raio-x do tórax. Entretanto, segundo Regina, diante de um caso suspeito de coqueluche o paciente deve procurar imediatamente o serviço de saúde para que o médico oriente quanto aos procedimentos a serem adotados e faça a prescrição dos antibióticos. Se não tratada corretamente, ela pode evoluir para complicações respiratórias e neurológicas, como pneumonias, enfisema, ruptura do diafragma, encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias, entre outros, podendo, até, levar à morte.
Dados em Minas
A coqueluche acontece durante todo o ano. No entanto, é no inverno que o número de casos costuma aumentar por se tratar de uma doença respiratória. A dica é evitar permanecer em ambientes fechados que tenham pouca ventilação e lavar sempre as mãos.
Conforme dados parciais da SES/MG, em Minas Gerais, de janeiro a agosto deste ano, foram 93 casos suspeitos, destes, 34 foram confirmados e uma morte. Crianças menores de um ano correspondem a 77,4% do total de casos suspeitos. Na sequência, com 10,7% estão as crianças de 1 a 4 anos e 7,5% =15 anos. Crianças de 5 a 9 anos representam 3,2% e as de 10 a 14 anos, 1% dos casos.
“Quando a bactéria infecta uma pessoa, ela costuma garantir uma imunidade mais prolongada, de cerca de 15 anos. Já as vacinas deixam o indivíduo protegido, livre do risco da doença, por 06 anos. Nos últimos anos, a queda de imunidade entre adultos e adolescentes está fazendo crescer a transmissão da coqueluche entre bebês e crianças, trazendo um aumento da doença no Brasil e no mundo”, esclarece Regina.
Vacina
O esquema de vacinação contra a coqueluche segue o calendário nacional e acontece da seguinte forma:
IDADE |
DOSE |
---|---|
2 meses |
Primeira dose da tetravalente (vacina contra coqueluche, tétano, difteria e hemophilus influenzae tipo b) |
4 meses |
Segunda dose da tetravalente |
6 meses |
Terceira dose da tetravalente |
15 meses |
Primeiro reforço da tríplice bacteriana (coqueluche + difteria + tétano) |
4 anos |
Segundo reforço da tríplice bacteriana |
Agência Minas, acesse aqui as notícias do Governo de Minas. Acompanhe também no http://www.youtube.com/agenciaminasgerais
Autor: Fernanda Toussaint